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Acompanho a evolução da UNISC desde a solenidade no antigo cinema Vitória, em 1993, em que foi anunciada a decisão do MEC, de que a FISC (Faculdades Integradas de Santa Cruz do Sul) se transformaria em universidade, a UNISC. É impressionante a evolução que a universidade trouxe à região e a tradução disso na tecnologia, serviços, costumes e cultura impactados nas comunidades.
É formal e de bom tom dirigir-se a um reitor pelo pronome de tratamento “Magnífico”. A UNISC tem a “sorte” de ter um reitor, a quem “magnífico” não se adequa apenas como um pronome de tratamento, mas também como um adjetivo, como qualidade pessoal. O professor Vilmar Tomé rege a UNISC como se regesse uma orquestra executando uma sinfonia que ajudou a compor. Nenhuma instituição universitária no mundo é avaliada com nota 4 (numa escala até 5) se não tiver uma equipe administrativa de quilate. A quantidade de carnavais que já vivi deixou meus olhos aptos a ver quem não usa fantasias, e me credencia a jogar confetes em quem merece. Não faço parte do corpo docente da UNISC nem pertenço a ela de nenhuma forma. Pelo contrário, é ela que me pertence. Ainda que não seja pública pela fonte dos recursos financeiros, se diz ser da comunidade, e é. É de cada santa-cruzense e de cada brasileiro.
A sociedade presume que um professor universitário pertence a uma casta de pensadores. Já assisti a grandes aulas em que as ferramentas utilizadas foram um giz, uma garganta, e uma mente brilhante. Acho válida a utilização dos recursos tecnológicos pedagógicos disponíveis na atualidade, mas nada substitui uma mente brilhante.
A pesquisa universitária, penso, deve estar alicerçada nas necessidades da comunidade, e isto inclui aquelas inovações que a comunidade não faz ideia de que sejam possíveis. É preciso uma maior aproximação entre as instituições acadêmicas e a iniciativa privada. Muitas empresas teriam dinheiro para investir em pesquisa, mas não é este seu foco. Seu foco é a aplicação das teorias, da tecnologia pronta (e aplicar isso bem é tão nobre quanto desenvolver). É algo como dizer: você tem o problema, eu tenho conhecimento, estrutura e experiência para pesquisar a solução. Vamos ser parceiros?
Há 12 anos um grupo chamado Education Envolving chegou a Clayton Christensen, um renomado professor da escola de negócios em Harvard (Estados Unidos), e disse: “Você tem estudado inovação, nós estudamos escolas. Todos os problemas relacionados à educação têm a ver com inovação”. Então propuseram a Christensen uma proposta inovadora para a educação escolar nos Estados Unidos. Passados vários anos de estudo, em 2008 o livro Inovação na sala de aula foi lançado naquele país (no Brasil foi lançado este ano, 2011). O autor principal, Christensen, não dá aulas on-line, porque não é permitido em Harvard. Mas defende o ensino à distância pela internet, e acha que pode ser muito mais eficiente, se bem usado. Ele diz que “on-line, você pode ter os melhores professores do mundo dedicados a fazer aquela apresentação. Não se trata de tirar o professor da equação. Se a aula é on-line, um professor dentro da sala pode ajudar os alunos pessoalmente, como um tutor”. Ele havia feito uma previsão de que, em 2019, metade das aulas dadas seriam on-line. Em uma entrevista recente ele disse que “parece agora que essa meta será alcançada em 2017”.
O papel das universidades não é tão somente formar técnicos. É formar pensadores. Formar gente capaz de interpretar as teorias ou técnicas e, se for o caso, mudá-las. Gente que consegue ver a vida e o mundo com olhos melhores, mais críticos e esperançosos. O mundo tem luz, mas falta brilho. Precisa ser lapidado, e a UNISC tem feito a sua parte.