Início Editorial Não há modelo ideal

Não há modelo ideal

A discussão política entre esquerda e direita terá um capítulo de grande relevância em novembro de 2020, quando ocorrem as eleições à presidência dos Estados Unidos. Donald Trump, atual presidente e candidato da direita republicana, tentará a reeleição. Do outro lado, é esperada a definição de um candidato da esquerda democrata. Esta disputa chama atenção para um velho debate, que se mantém atual: qual o melhor modelo de desenvolvimento? O modelo de direita, com ênfase no mercado, ou o de esquerda, com maior participação do Estado?
A direita defende a ideia de um Estado reduzido, para que o mercado esteja livre no sentido de promover o desenvolvimento socioeconômico. Por exemplo, o governo de Jair Bolsonaro procura seguir este modelo considerado “liberal”. Trump segue esta linha, assim como fizeram Ronald Reagan, nos Estados Unidos, e Margaret Thatcher, na Grã-Bretanha, ambos nos anos 80. As políticas liberais envolvem um rigor maior nas contas públicas, para que a economia possa se desenvolver em condições consideradas mais viáveis.
Já a esquerda prefere uma participação maior do Estado, o que demanda mais investimento de dinheiro público para favorecer a economia, além de uma destinação mais significativa de recursos públicos para saúde e educação. O governo estadounidense de Barack Obama, entre 2009 e 2017, e os governos de Lula e Dilma Rousseff, entre 2003 e 2016, trabalharam com esta caracterização política. Em tempos mais distantes, podemos citar o caso de Franklin Roosevelt, presidente dos Estados Unidos nas décadas de 30 e 40.
É interessante que, na trajetória de um país, o modelo de direita pode corrigir o de esquerda, e vice-versa. As crises podem abater os dois modelos, e ambos são capazes de superar conjunturas difíceis. Não há modelo ideal ou perfeito.