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O que muda com a nova gasolina?

Produto chega ao mercado com promessa de mais qualidade e economia

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Tiago Mairo Garcia
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Desde a última segunda, 3, uma nova gasolina já está disponível para ser revendida em postos de combustíveis para consumo em veículos automotores. Produzida em refinarias do Brasil ou importada para distribuição no País, o novo produto chega ao mercado com a promessa de evitar problemas mecânicos como detonação do motor, especialmente em veículos mais recentes, além de proporcionar menor consumo de combustível.

Em entrevista concedida para o site UOL, a diretora de refino e gás natural da Petrobras, Anelise Lara, explica que a nova especificação vai aproximar a qualidade do combustível comercializado no Brasil ao do mercado americano e europeu. “A qualidade da gasolina vai aumentar em termos de octanagem e massa específica, o que significa um combustível mais eficiente e melhor proteção aos motores dos veículos”, disse Anelise. A diretora salientou ainda que também haverá aumento nos preços e que o consumo menor ainda fará a novidade valer a pena ao cliente. “Vai compensar muito porque será uma gasolina mais eficiente, então você vai rodar mais quilômetros por litro. No final, em termos de custo para o consumidor, vai ser positivo.”, frisou.

A nova especificação atende a Resolução 807/20 da ANP (Agência Nacional do Petróleo), publicada no início deste ano, determinando que a gasolina comum tenha massa específica mínima de 715 kg/m³ e octanagem mínima de 92 octanas pela metodologia RON (research octane number ou método de pesquisa). O percentual de etanol anidro foi mantido em 27% para as gasolinas comum e aditivada e em 25% para a gasolina premium. A partir de janeiro de 2022, a octanagem da gasolina comum nessa metodologia sobe para 93 octanas. Esse novo parâmetro de octanagem, de acordo com a Petrobras, é mais adequado às novas tecnologias de motores.

Combustível com mais qualidade

O presidente do Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no Rio Grande do Sul (Sulpetro), João Carlos Dal’Aqua, explica que as distribuidoras têm prazo de 60 dias e os postos de combustíveis 90 dias de prazo de adaptação para inserir o novo combustível nos estoques. “Como a refinaria já está produzindo, a maioria das empresas já está fazendo essa transição”. Ele frisou que está otimista com o novo produto. “É uma gasolina que terá uma nova densidade, sendo mais pesada e com mais qualidade. A expectativa é de gerar uma economia de 4% a 6% a médio e longo prazo que resultará em um ganho maior para o consumidor com um produto mais confiável”, frisou o presidente.

Com relação ao preço, Dal’Aqua acredita que não será tão impactante para o consumidor. Ele destaca que o preço da gasolina tem 30% sobre o custo de produção, 10% sobre o custo do etanol e 47% de carga tributária (30% estadual e 17% federal). O presidente confirmou que já existem negociações visando a diminuição da taxa de ICMS sobre o combustível de 30% para 25% pelo Governo do Estado. “Há essa previsão de ocorrer essa redução que vejo como um avanço. Será mais dinheiro que estará retornando para a população”, destacou.

Funcionários da rede de Postos Nevoeiro, de Santa Cruz do Sul, o diretor comercial Gastão Lambert, o gerente comercial Márcio Santos e o gerente de lubrificantes, Deivid Tavares, também estão otimistas com o novo produto. Eles destacaram que a nova gasolina chega com o objetivo de dar uma melhor resposta em consumo para os veículos. “É uma gasolina que será benéfica para todos os veículos por ser de melhor qualidade”, disse Deivid. “Será uma gasolina com o mesmo padrão existente nos EUA e Europa”, frisou Gastão.

Os três diretores acreditam que a nova gasolina já deverá estar à disposição em breve nos postos da rede. Sobre o preço, eles também acreditam que não deverá ocorrer um aumento elevado. “O preço tem muita instabilidade e depende de vários fatores. Não acreditamos que haverá um aumento significativo”, finalizou Márcio.