Tudo que se tem visto no último período nas redes sociais, dão o indicativo muito claro de que a comunicação social está com enormes problemas. Há uma guerra de versões que conduzem o desavisado a tomar lado, e uma vez tomado o lado, o incauto muitas vezes torna-se escravo de sua escolha, fazendo acreditar em absurdos como a terra plana, a volta do comunismo real, e até na invasão dos extraterrestres.
Mas frente a tal quadro, como é possível filtrar essa avalanche de informações, e quem vai dizer o que pode e não pode ser publicado? No passado a Igreja fazia o papel da censora, os estados totalitários também tinham os seus censores. Mas na democracia, com a rede mundial ao acesso de muitos, será o judiciário o novo mediador dos limites de liberdade de expressão?
Diga-se que a liberdade de expressão na rede mundial, vem acompanhada de dinheiro, pois os youtubers fazem um esforço enorme para atrair o máximo possível de inscritos em seu canal, tendo em vista que quanto maior o número de ‘seguidores’, maior o rendimento. Ou seja, tal elemento deixa muito evidente que não estamos somente falando no sagrado direito constitucional da liberdade de expressão, mas de verdadeiras máquinas de monetarização, onde o que menos interesse é o conteúdo que está sendo exposto, desde que tenha audiência.
Assim, quando o STF toma medidas de limitar a atuação de verdadeiras redes formadas tanto para destruir reputações e ameaçar o estado democrático de direito, sinaliza para a sociedade, que não estamos frente a cidadãos que querem exercer o livre direito de expressão, mas sim de uma engenharia virtual complexa, desconhecida pela grande maioria dos cidadãos, que já deu sinais muitos claros nos últimos pleitos, em especial no EUA e aqui no Brasil.
Desta forma, não há espaço, para o ingênuo discurso de que não podemos limitar o direito de expressão de quem tem um histórico de uso criminoso das redes sociais, sendo as mídias locais conhecidas pelos cidadãos talvez o recurso mais eficaz no combate às Fake News.
