Início Educação Profissionais da rede pública realizam ato em prol da saúde

Profissionais da rede pública realizam ato em prol da saúde

Principal objetivo é chamar atenção para a suspensão das atividades presenciais

Ricardo Gais
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Em favor da preservação da saúde de alunos, professores e demais profissionais da rede pública de educação foi realizada na noite de terça-feira, 8, uma manifestação com caminhada silenciosa pelo fim das atividades presenciais nos educandários devido à alta de infecções pela Covid-19. O ato organizado pelo Sindicato dos Professores do Município de Santa Cruz do Sul (Sinprom), Sindicato dos Funcionários Municipais (Sinfum) e Cpers Sindicato, teve início em frente à Catedral São João Batista e término no Palacinho.

Manifestação teve início em frente à Catedral. Foto: Rolf Steinhaus



Conforme o presidente do Sinprom, Plácio Simianer, a manifestação foi um apelo de diversas categorias que trabalham em Emeis, Emefs e na rede estadual, além dos três sindicatos que representam estes profissionais. “A caminhada conjunta foi realizada para chamar a atenção da comunidade e dos gestores que têm a responsabilidade e o poder nas mãos para tomar uma decisão diferente daquela que vigora no nosso Município”, relatou.

Simianer pontua que há uma apreensão muito grande entre os profissionais que lidam com as crianças e adolescentes nos diversos ambientes escolares e desde o anúncio do retorno das atividades presenciais – há cerca de 40 dias, os sindicatos se reuniram em duas ocasiões com a Secretaria de Educação, fazendo um apelo para a suspensão neste ano letivo. “Esse apelo se deve ao fato do crescente número de profissionais infectados e afastados de suas funções desde o retorno efetivo em 10 de novembro. Entendemos que o custo benefício, diante do baixo número de alunos que aderiram às aulas presenciais, além do grande número de profissionais já infectados, não é favorável num momento em que a Prefeitura anuncia turno único para fazer contenção de gastos e, principalmente, num momento em que os números da Covid-19 só aumentam entre os profissionais envolvidos com o retorno das aulas presenciais”, disse.

A categoria enfatiza que o pedido de suspensão das aulas presenciais não significa que o setor não queira trabalhar, pois os alunos foram atendidos durante todo o período de pandemia com aulas on-line, mas que o memento é crítico devido ao aumento de casos no Município. “Somos favoráveis ao retorno quando a situação permitir. Diante de uma vacinação, quem sabe. Um retorno com segurança, ao que tudo indica, não existe. Os planos de contingência exigidos e aprovados pelo COE Municipal têm se mostrado ineficientes”, argumenta Simianer.

O número de profissionais infectados e afastados das atividades preventivamente tem aumentado diariamente, explica o representante. “Não temos números exatos devido a esta variação diária. O sindicato fez levantamentos, mas os números oficiais são com a Vigilância Sanitária do Município, que encontra dificuldades para repassar as informações”. O Sinprom e Sinfum protocolaram um pedido de informações sobre os casos de Covid-19 nas escolas municipais junto ao Gabinete da Prefeitura, Secretarias da Educação e Saúde, para se ter uma noção de como se encontra a realidade de profissionais infectados pelo vírus.

O QUE DIZ A PREFEITURA

Diante da manifestação, a Secretaria de Educação (SEE) afirma que não haverá o fechamento dos educandários. De acordo com a pasta, as escolas estão equipadas devidamente e os profissionais de educação foram bem orientados para receber os alunos em segurança. Desde o início das aulas, em 10 de novembro nas Emeis e 17 de novembro nas Emefs, apenas oito casos foram positivados, sendo sete educadores e um aluno.

Segundo a Secretaria de Educação, antes do início das aulas foi realizada uma pesquisa com as famílias dos estudantes e cerca de 50% delas votaram pela volta às atividades presenciais. “Não podemos punir toda a comunidade restringindo o acesso às aulas, primeiro porque a educação é um direito da criança e as autoridades sanitárias orientam a funcionar e como funcionar. Temos uma enorme missão agora que é resgatar nossos estudantes e fazer um grande diagnóstico para preparar nosso 2021”, disse a secretária da pasta, Jaqueline Marques de Souza.