Tanto a espiritualidade quanto o racionalismo, são responsáveis por ótimas realizações, mas também por acontecimentos muito negativos na história da humanidade. A espiritualidade viveu uma das suas fases hegemônicas durante a Idade Média, com a consolidação do Cristianismo na Europa e o surgimento do Islamismo no Oriente. Uma série de confrontos de caráter religioso marcaram a Idade Média, como é o caso das Cruzadas.
Enfim, na atualidade é muito comum que um grupo significativo de pessoas se manifeste e aponte a religião como causadora de guerras e mortes. E, de fato, estas pessoas dizem uma grande verdade. Na história da humanidade, pode se perceber uma recorrência em confrontos sangrentos que envolvem a religião. Em pleno século 21, essa realidade permanece: no primeiro ano do novo milênio, 2001, ocorreu o atentado às torres gêmeas em Nova York, acontecimento que foi seguido por guerras e outros atentados, com pano de fundo religioso.
O racionalismo, por sua vez, conquistou um espaço cada vez maior a partir do final da Idade Média. Como uma resposta à religiosidade, a razão atingiu um alto patamar de desenvolvimento no movimento iluminista, durante a Era Moderna, antes da Revolução Francesa. Mas o paradigma iluminista foi subvertido na própria Revolução Francesa, com uma eclosão gigantesca de violência. O desenvolvimento científico, amparado na razão, trouxe inúmeros benefícios para a humanidade, mas também permitiu um crescimento tecnológico para a indústria bélica, trazendo graves consequências até os dias atuais.
Apesar da dura realidade que envolve a espiritualidade e o racionalismo, devemos imprimir um caráter humanitário a estas duas vertentes da sociedade humana, pois ambas podem ser benéficas. Deus nos dá vida. Razão nos dá a percepção da vida. Ambos nos permitem pensar, contemplar e agir.
