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Núcleo de Arte de Cultura: reconhecimento da diversidade cultural

A Universidade de Santa Cruz do Sul é uma das grandes incentivadoras das expressões artísticas, e por isso idealizou o Núcleo de Arte e Cultura, responsável por desenvolver uma política cultural universitária que tenha como eixo o reconhecimento da diversidade cultural e da multiplicidade de expressões culturais, a democratização do acesso aos meios de fruição, produção e difusão cultural, a valorização da produção cultural local e a articulação da Universidade com o poder público e com as entidades e organizações da sociedade civil, com vistas à promoção da cidadania cultural.
Uma política cultural com esses eixos concretiza-se por meio de programas, projetos e ações culturais que possam constituir-se como território privilegiado da criação, do diálogo, da crítica, do conflito, da diferença e do entendimento.
A ação cultural comprometida com a transformação da realidade, articulando todas as suas múltiplas dimensões e expressões, revela-se  como dimensão simbólica e estratégica de uma Universidade Comunitária comprometida com o desenvolvimento local e regional. A equipe do Núcleo é formada pelo professor Luiz Augusto Costa a Campis, coordenador; pelo professores Úrsula Muller, Marcos Moura Baptista dos Santos e a técnica Julie Eick, além da participação de um bolsista. Junto ao Núcleo também está a Centro de Pesquisa Arqueológica (Cepa) e o Centro de Documentação e Pesquisa Histórica (Cedoc).

TORNAR REALIDADE

Segundo o coordenador, o Núcleo de Arte e Cultura é um novo desafio. “Estamos encaminhando no segundo semestre para o Ministério da Cultura, através da Lei Rouanet, um novo projeto para dar impulso na concretização da construção do Memorial da Unisc. Queremos transformá-lo em um espaço que abrigue as manifestações culturais de Santa Cruz do Sul e da região. Falta espaço físico para as expressões culturais. Junto ao Memorial teremos mais um auditório e um espaço multicultural. Será para toda a comunidade artística e cultural de nossa região. Para o segundo semestre, estaremos reativando a Escola de Música da Orquestra. Estamos com projeto de captação de recursos para a compra de mais instrumentos.”
Para marcar os 20 anos da Unisc, o Núcleo estará trazendo artistas gaúchos de renome, a cada mês virá um, como Nei Lisboa, Serranos e Tangos & Tragédias. Também está previsto, junto com o Bella Italia, o retorno a Santa Cruz da cantora italiana Patrizia Laquidara, no dia 4 de agosto. Iremos trazer, junto com o Sesc, o show do saxofonista George Israel, que fez parte da Banda do Cazuza. Será a atração do Volta às Aulas no dia 2 de agosto. Em julho também teremos a Orquestra da Unisc tocando com os músicos da cidade um concerto de rock, será o popular com erudito, Visamos um Festival de Música. Eventos como a 1ª Mostra Sesc/Unisc de Cinema e Televisão, que trouxe o  escritor, jornalista e cineasta brasileiro Tabajara Ruas, visa no futuro o Festival de Cinema. Outro ponto é a 15ª edição do Festival de Dança, queremos em 2014 dar mais impulso para esta questão.”

Ana Souza

Prédio que abrigará o Memorial da Unisc será um espaço para a diversificação das expressões culturais

Mais de 30 anos de dedicação

“Comecei na Unisc quando ainda era a Fisc. Em julho de 1981 ministrava aulas nos cursos de férias, trabalhei até fevereiro de 1982, quando me desliguei para fazer meu mestrado. Na época não existe este apoio que a Universidade mantêm para financiar os cursos. Fui para a Universidade Federal da Paraíba fazer meu mestrado em Sociologia Rural, no campus de Campinas Grande. Fiquei até 1984 e voltei para então Fisc”, conta Campis que há 33 anos está ligado à Unisc.
Em 1985 foi eleito chefe do Departamento de Ciências Sociais. “Pude participar intensamente da vida política da nossa instituição e em 86 houve um grande movimento pelas eleições direta e o qual estava participando como uma das lideranças. Conseguimos aprovar as eleições diretas para a direção geral da então Fisc, neste movimento houve a primeira eleição na qual o professor Wilson Kniphoff da Cruz concorreu a diretor geral e eu a vice.”
De 1986 a 2008, Luis Augusto Costa a Campis ocupou cargos de direção dentro da Fisc e posteriormente, da Unisc. “Fui vice-diretor geral; coordenador de pesquisa; superintendente de pós-gradução, pesquisa e extensão; pró-reitor de pós-gradução, pesquisa e extensão; vice-reitor; reitor e, posteriormente, presidente da Apesc. No início dos anos 90 participei da comissão responsável pelo projeto da Universidade. Lembro que juntos com alguns colegas, como Elisabete Lara que foi coordenadora da comissão, professores Caco, Thomé, reitor Wilson, funcionários e colegas, buscamos tornar a Fisc uma Universidade. Foi um projeto acompanhado pelos Conselhos Nacional e Federal de Educação. Foram três anos de muito trabalho e, finalmente, em 1993, a Unisc foi aprovada.”

MAIS DESENVOLVIMENTO

Vários projetos em funcionamento hoje da Unisc contam com a participação de Campis. “Fui coordenador, inicialmente, do primeiro curso de Pós-Graduação Stricto Sensu em Desenvolvimento Regional. Assim também coordenador do Pós em Organização Tecnológica. Foi um período em que a Unisc cresceu muito. Tivemos, ainda na época do professor Wilson como reitor, a implantação do campus Sobradinho. Na minha gestão como reitor surgiram os campi de Venâncio Aires e Capão da Canoa. Além destes, foram criados vários cursos de expansão e a construção do campus da Unisc. Tínhamos quatro blocos grandes, o restaurante e o administrativo junto com a biblioteca. Com o passar do tempo, na gestão do professor Thomé, iniciaram as tratativas para a instalação em Montenegro.”
Mais tarde Campis assumiria a presidência da Apesc. “Tivemos grandes desafios pela frente. Assumimos pessoalmente como avalistas, eu e os professores Wilson e Thomé, o compromisso para edificar a Unisc. Fui durante minha gestão na Apesc que adquirimos o Hospital Santa Cruz e implantamos o curso de Medicina, que foi uma luta muito importante na captação de recursos para a área da saúde. Nossa cidade é referência para o Estado.”
Mesmo assumindo tantos cargos diretivos na instituição, e até mesmo fora como vice-prefeito de Santa Cruz do Sul, Campis não deixou sua profissão que é professor de Sociologia. “Nunca parei de dar aula, exerço com muito orgulho e espero que por muitos anos. Sou formado em Ciências Sociais com mestrado em Sociologia. Estar na Unisc é um sonho que vemos realizado. Ver um projeto coletivo dar certo é a realização da minha vida.”

Ana Souza

Campis: “Ver um projeto coletivo dar certo é a realização da minha vida”