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Operação Huno prende dois em Santa Cruz

Sete pessoas foram presas, duas delas em Santa Cruz do Sul na última quinta-feira, 5 de novembro, acusadas de participação em um esquema de irregularidades envolvendo a cadeia do tabaco. As detenções aconteceram durante a Operação Huno que uniu servidores da Polícia Federal, da Receita Federal e da Procuradoria da Fazenda em sete estados brasileiros: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Pará.

Além das duas prisões que aconteceram em Santa Cruz, uma aconteceu em Arroio do Tigre, uma em Venâncio Aires, uma em Cascavel (Paraná), uma em Foz do Iguaçu e outra no Rio de Janeiro. Para todas elas havia mandados de prisão expedidos pela justiça, pois a Huno faz parte de uma operação maior denominada Sentinela*, que já vinha investigando os supostos criminosos desde 2014 quando foi descoberto o esquema de contrabando de cigarros.

 Policiais, servidores da Receita Federal e procuradores cumpriram mandados por toda a região

Além desses mandados, também foram cumpridas sete ordens judiciais de condução coercitiva, 50 de busca, 59 determinações de arresto de imóveis e 47 determinações arresto de veículos e contas bancárias. De acordo com informações divulgadas pela Polícia Federal em uma coletiva de imprensa que ocorreu na tarde de quinta-feira, todo esse patrimônio apreendido foi calculado no valor de R$ 80 milhões. Em face das investigações, a procuradoria também ajuizou, perante a 1ª Vara Federal de Santa Cruz do Sul, três medidas cautelares fiscais contra 19 pessoas jurídicas e 17 pessoas físicas.

A Polícia Federal esclareceu também que os envolvidos utilizavam empresas de fachada e em alguns casos laranjas, e dessa forma desviavam tabaco. Parte dessa matéria-prima era exportada irregularmente para fábricas paraguaias, e outra parte era enviada a fábricas irregulares instaladas em São Paulo e no Rio de Janeiro. Depois de pronto, o cigarro feito no Paraguai era trazido de volta para o Brasil e comercializado. A estimativa de prejuízo causado ao governo federal em tributos não recolhidos supera R$ 2,3 bilhões.

No total, 200 policiais federais estiveram envolvidos na operação. Além deles, havia 90 servidores da Receita Federal e quatro procuradores da Fazenda Nacional. A operação recebeu esse nome por dois motivos: o primeiro deles é uma referência a uma organização criminosa formada pela confederação eurasiática de nômades hunos. No período de vigência do Império Romano, esse povo ocupou um território muito vasto e era conhecido por seus saques e pilhagens.

O segundo motivo é o sentido de “integração” que a fonética “Uno” tem. Essa integração faz referência à união dos agentes das três instituições envolvidas (Receita, Policia Federal e Procuradoria) para fiscalizar e desarticular organizações criminais.

Sentinela

A Operação Sentinela – da qual faz parte a Operação Huno – é uma intensificação do controle, fiscalização e inteligência policial na faixa de fronteira do Brasil com países vizinhos e tem por objetivo a prevenção e repressão de crimes transnacionais, como contrabando, descaminho, tráfico internacional de drogas, armas e munições. Foi através dessa intensificação que a polícia descobriu os esquemas combatidos nessa semana.