Início Especiais Satélite vai monitorar Mata Atlântica em 21 municípios gaúchos até 2018

Satélite vai monitorar Mata Atlântica em 21 municípios gaúchos até 2018

Divulgação/Sinditabaco

Benício Werner, Volney Zanardi Jr., Iro Schünke e João Pessoa Moreira Jr.

Em 2018 o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) terá um bom acervo de imagens para avaliação da cobertura florestal de dois blocos geográficos gaúchos. Por meio de um Acordo de Cooperação Técnica firmado com o Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) nesta quarta-feira, 10 de dezembro, em Porto Alegre, 21 municípios serão monitorados via satélite para acompanhar a evolução de fragmentos florestais da Mata Atlântica.
Em 2011, as entidades já haviam firmado um acordo para monitoramento de três regiões produtoras, objetivando a preservação da Mata Atlântica. Conforme o relatório da pesquisa, durante as transições estudadas em cada bloco, no período de 2011 a 2013, observou-se a ocorrência de equilíbrio entre a expansão florestal e o desmatamento.
Com a renovação, a pesquisa realizada pela Universidade Federal de Santa Maria terá continuidade em dois blocos geográficos situados no interior do estado do Rio Grande do Sul, totalizando uma área de 2.737,65 km² que ocupam o território de 21 municípios. As imagens serão feitas no final de 2015 e de 2017, com apresentação de relatórios em 2016 e 2018, respectivamente.

MUNICÍPIOS MONITORADOS

Agudo, Arroio do Tigre, Dona Francisca, Estrela Velha, Faxinal de Soturno, Ibarama, Ivorá, Julio de Castilhos, Lagoa Bonita do Sul, Lagoão, Nova Palma, Passa Sete, Pinhal Grande, Restinga Seca, Salto do Jacuí, Santa Maria, São João do Polêsine, Segredo, Silveira Martins, Sobradinho e Tunas.

CARTILHAS

No encontro também foi apresentada oficialmente a cartilha de orientação Manejo Sustentável das Propriedades Rurais e o Respeito ao Meio Ambiente. A publicação atende ao último compromisso pendente no acordo firmado em 2011 e aborda conceitos de biomas e ecossistemas, biodiversidade, sustentabilidade e manejo sustentável. Também são apresentados tópicos da Legislação Ambiental Federal, com base do Código Florestal que entrou em vigor em meio de 2012, conceitos relacionados ao uso e à conservação dos recursos do solo e das águas, e de silvicultura e recuperação ambiental. O material será distribuído para produtores de tabaco da Região Sul do País, escolas participantes do Projeto Verde É Vida! – da Afubra -, sindicatos rurais e entidades representativas da cadeia produtiva.
Segundo o presidente do SindiTabaco, Iro Schünke, em 1978, quando ainda não se falava em preservação do meio ambiente, o setor do tabaco começou a desenvolver um programa de reflorestamento nas pequenas propriedades para que o produtor pudesse ser autossuficiente na cura do tabaco, com uso de lenha de origem legal, sem prejudicar a natureza. “Esse pioneirismo fez com que a cobertura florestal das propriedades produtoras de tabaco alcançasse nos dias atuais quase 30% da área total”, afirmou.
O presidente da Afubra, Benício Albano Werner, falou da importância deste e de outros trabalhos de conscientização realizados pelo setor, como o projeto Verde é Vida!.
O presidente do Ibama, Volney Zanardi Júnior, congratulou a iniciativa. “Vocês estão fazendo história. A questão ambiental deve ser tratada pelos tomadores de decisão, dentro das empresas. Esta relação que se estabelece com um acordo deste nível, em que se têm de um lado representantes de entidades e órgãos privados, bem como de governo e da academia, demonstra maturidade e otimiza processos, criando mecanismos de controle e de desenvolvimento ambientalmente responsável”, parabenizou.
O superintendente do Ibama no Rio Grande do Sul, João Pessoa Riograndense Moreira Junior, acompanhou a assinatura do acordo, em 2011, e confirmou o ineditismo do acordo no Brasil e no mundo. “O trabalho surgiu a partir de um foco de desmatamento no município de Segredo, mas o Ibama não se restringiu à atividade de fiscalização e chamou o setor para dialogar sobre formas de avançar e construir o que o Ibama e a sociedade como um todo buscam, que é o crescimento sustentável”. João Pessoa explicou que em 2011, o Termo de Compromisso era obrigatório. “Neste ano, com o encerramento dos compromissos do setor, o Acordo de Cooperação Técnica tem um sentido de liberalidade, mas que foi aceito pelo setor. Me sinto muito orgulhoso de ter concluído esta primeira etapa e estar presente nesta segunda etapa, pois este é um ganho muito grande, não apenas para o Estado, mas também para o País”, disse.