Início Colunas O covarde não começa, o fracassado não termina, o vencedor não desiste

O covarde não começa, o fracassado não termina, o vencedor não desiste

No Tour da França, em 1947, o ciclista italiano Pierre Brambilla, depois de liderar boa parte da prova, perdeu a primeira posição no fim para o francês Jean Robic. Após outros deslizes, completamente desapontado, pegou sua bicicleta e a enterrou nos fundos de casa.
O leitor pode achar engraçada a reação de Brambilla, mas será que não somos todos meio parecidos? Quantas vezes abraçamos o seu exemplo e também “enterramos a bicicleta”, “penduramos as chuteiras”, “jogamos a toalha”, “chutamos o balde”, “abandonamos o barco”… diante dos obstáculos? Deste modo, deixamos de lado todas as possibilidades de um recomeço, de voltar a lutar pelo que queremos devido a qualquer empecilho em nossa jornada. Por isso alguém já disse: “O vencedor continua de onde os outros resolvem parar”.
Um bom exemplo para ilustrar essa atitude de sucesso foi o que fez a cachoeirense Isabelle Silveira Marques, que concorreu ao título de soberana da Fenarroz 2012.
Demitida da creche onde trabalhava (sua chefe alegou que ela não tinha como desempenhar suas funções e participar do desfile ao mesmo tempo) a jovem “apostou todas as fichas” no concurso. Porém, como os problemas começam quando se diz “SIM”, sem poder contar com o incentivo dos pais, gastou o salário e a rescisão trabalhista na preparação do concurso.
Felizmente Isabelle sabia que o importante não era a situação que ela se encontrava, pois caso seu sonho fosse verdadeiro, bastava comunicá-lo a alguém, e logo seria descoberta pelas pessoas que a ajudariam a realizá-lo. Foi assim que encontrou a professora Regina Matos para levá-la aos eventos, o fotógrafo Sérgio Elwanger para patrocinar o banner que decorou o espaço da sua torcida no ginásio Dom Pedro I e a empresária Candice Rohde para viabilizar a grana para o vestido do desfile, já que a loja que a patrocinaria havia desistido.
Para quem pensa que as dificuldades acabaram aí, ainda tinha o tamanho dos pés: “Eu calço 41 e todas as candidatas deveriam usar calçado dourado. Como não encontrei o meu número desfilei com um sapato 39. Para calçá-lo coloquei hidratante para os pés deslizarem”, revelou emocionada.
Pois é, foi assim que Isabelle Silveira Marques, de 18 anos, conquistou o título de princesa da 17ª Fenarroz e mostrou que o covarde não começa, o fracassado não termina e o vencedor não desiste.