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Quando sobram motivos para mudar

Inspirada pela gravidez, santa-cruzense mudou hábitos e buscou no esporte a transformação

Diego Dettenborn
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Foi quando a pequena Cora havia completado sete meses de vida que a mamãe Aíscha Garcia percebeu as dores no corpo e o cansaço intenso com mais frequência no seu dia a dia. O medo do que poderia vir a ser uma barreira no acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento da filha, acabou sendo o gatilho necessário para a transformação. Mudar hábitos e apostar em novas possibilidades formaram o caminho inicial e dali em diante a atividade física tornou-se companheira fiel, virando de cabeça para baixo aquela situação inicial.
Centenas de trabalhos publicitários como modelo, princesa da Oktoberfest em 2016, massoterapeuta e apaixonada pelo Rock and Roll e pela família formada com o noivo Rodrigo Jaeger desenham o perfil da super mamãe Aíscha. O pontapé inicial para a transformação na vida agitada da santa-cruzense acabou sendo, na verdade, o portal de acesso para o empoderamento, não somente como mãe, mas como mulher na busca pela recuperação da qualidade de vida. No entanto, foram necessárias muita doação e disciplina, além, é claro, da clareza do que era preciso ser feito. “Primeiramente eu buscava recuperar meu condicionamento físico, não foi fácil começar, confesso. Era difícil conseguir conciliar alguns minutos de exercício com a maternidade, mas sempre que possível eu dava uma escapadinha de quinze minutos pra dar algumas voltas de bike na quadra e quando voltava eu já me sentia outra pessoa, muito mais animada e com mais disposição. Sempre digo que quando o corpo está em movimento, a cabeça consegue descansar”, ressalta Aíscha.
Os resultados e a mudança notável vieram gradativamente, mas impulsionados pela força de vontade e pela determinação de quem sabia onde gostaria de chegar. Foi em agosto de 2020 que ela começou a pedalar, naquele momento utilizando a bicicleta do noivo. Dali para frente Aíscha não parou mais. “Já em novembro comecei os treinos personalizados e em dezembro peguei minha parceira de estrada (bicicleta). Foi o início da minha mudança física e mental”.
Nesta nova era, onde a tecnologia parece ter encurtado os dias, ao mesmo tempo em que avançamos na medicina, adiantamos também os ponteiros do relógio e vivemos numa verdadeira corrida contra o tempo. Neste sentido, o esporte tem sido o atalho principal para a manutenção psicológica, alinhando assim, corpo e mente. Mesmo que o trabalho como modelo tenha foco na estética, Aíscha garante que a busca pessoal foi muito além do que parecia óbvio. “Fazer exercício físico não é só sobre estética, mas sim sobre saúde psicológica, principalmente. Quem é mãe sabe o quanto nossa vida muda, o quanto nos colocamos sempre em segundo plano pra tudo, e isso é maravilhoso, a gente se doa por completo pra nossa família, mas chega um momento em que também precisamos olhar pra nós mesmas”.

“Pra poder cuidar de outras pessoas, primeiro precisamos cuidar de nós”
Arquivo Pessoal

25 quilos a menos na balança

Mesmo com a rotina “meio doida”, como ela mesmo diz ao tentar explicar como divide seu tempo entre tantos compromissos e o fato de ser mãe, Aíscha realiza seu treino personalizado três vezes por semana e também na mesma proporção traça sua meta de pedal semanal, que, às vezes, pode ser feito num domingo pela manhã, ou no final do dia, mas sem ser deixado de lado. “Começar a me exercitar foi terapêutico. Eu não tinha noção do quanto meu corpo precisava disso até começar a fazer, me sinto renovada, forte e bem, tanto fisicamente como psicologicamente. A consequência disso tudo foram mais de 25 quilos a menos, que estavam em excesso no meu corpo, causando dores e algumas alterações em exames. Como eu disse antes: o foco nunca foi a estética e sim a saúde, mas me ver hoje com um peso que é ok e saudável pra mim é bastante recompensador e ajudou muito a minha autoestima pós-parto, me sinto maravilhosa”.
A mãe da pequena Cora finaliza deixando uma mensagem especial para aqueles que buscam alguma forma de incentivo para começar a mudança. “O importante é encontrar algum esporte que você aprenda a amar, que seja prazeroso e divertido, sem cobranças. Comece devagar, mas comece, faça algo. Nosso corpo é nossa casa, a gente precisa cuidar bem dele. Pra poder cuidar de outras pessoas, primeiro precisamos cuidar de nós”.

Modelo e massoterapeuta, com o noivo Rodrigo, parceiro de pedal, e a filha Cora
Arquivo Pessoal

Ajuda profissional

Para que a mudança pudesse acontecer, além da disciplina e da doação como requisitos, Aíscha buscou ajuda profissional especializada. Foi com a educadora Física Débora Freitas Silva, especialista em exercício físico para gestantes e puérperas que o processo teve início. “Quando a Aíscha começou conosco, estava no pós-parto com oito meses sem praticar exercício físico. Então procuramos entender as necessidades e fazer um trabalho de recuperação, de força, pois ela sentia dores em função desse processo que a mulher tem pós-gestação, de estar carregando o bebê e tudo mais”.
Em tempos de pandemia, Débora cita o bem-estar, a melhora da autoestima e a recuperação, no que se refere a dores, como principais benefícios da prática esportiva. “Muito além do benefício estético apenas, principalmente dentro de uma pandemia. Sentir-se bem, bem consigo mesmo, melhorando o bem-estar, realizando as atividades do dia a dia sem dor, sem incômodo, esse é o objetivo do trabalho realizado. As pessoas vivenciando essa melhora e vendo os resultados no dia a dia, o exercício se torna regular, viabilizando as mudanças estéticas posteriores, como o caso da Aíscha”.